quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ACHADO

Texto e foto: Luisa Galvão

Depois de tragar meu primeiro cigarro,
Pensando em você tranquei-me em meu quarto.
Deitei na cama de corpo suado,
Mergulhei o pensamento em prato e,
Embora os músculos paralisados,
Descobri no meu peito o que havia de errado.

Era sim, o compasso do coração!
Sentimento muito solto gerou tal vibração,
Que mesmo estando inerte,
minha alma concentrava a ternura e a paixão.

Pouco depois,
Encabulada ao olhar-me no espelho,
Olhos vermelhos, rosto molhado...
Sufocado o despeito da perda, saí de casa revidada.

Passei pelas ruas sozinha, mas não deserta.
Na certa se me visse,
Diria que eu procurava alguém, mas
Nada estava mais perto que meu achado.

Desmanchei-me em chamas... olhos abertos,
Sorriso nos lábios
Quando olhei para o céu e só a lua
Participando de minha loucura,
Caminhava comigo clareando ruas escuras
E me trazendo de volta o que foi minha e sua:
A razão de viver!

Nenhum comentário: